quinta-feira, outubro 13, 2005




As Pedras

Fazer entrar a energia
Aí no centro vital
A meio do baixo ventre
Pensar na respiração
Bem profunda mas serena
O último ar inspirado
É já o primeiro expirado

Olhar a linha do horizonte
Nem acima nem abaixo
Descansar todos os músculos
Deixar que as palavras-farpas
Te atravessem sem tocar
E que as palavras- cerejas
Adocem sem te estragar

Todos os caminhos são bons
Mas o do ser e não ser
Ao mesmo tempo, escurece,
Apaga a luz das manhãs

Assim se tropeça em pedras
No meio de qualquer trilho
Pedras que são para evitar
Mesmo sem ter destino
Só pelo prazer de saltar
E percorrer um caminho

Sabendo bem o que se quer
E também o que não se quer
E eu quero-te inteira
Ou não te quero para nada

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