Blog de mar, bruma, estrelas, falésias, maresia, marés, luas, sal, ondas e golfinhos.
quarta-feira, outubro 26, 2005
Avenida da Esperança
Quando a energia se perde
Mesmo num domingo à tarde
O ar fica rarefeito
Ata-se um nó na garganta
Sente-se um murro no peito
É uma coisa irracional
Alguma frase que se solta
E logo se quer engolir
Ou uma lembrança amarga
Que julgavas enterrada
Ou a brusquidão de um gesto
Fora da medida esperada
É só por breves instantes
Mas a energia perde-se
Mesmo num domingo à tarde
Onde há pouco era um jardim
Agora, a carícia é pesada
O silêncio esmagador
E a palavra arrastada
O vento traz presentimentonto
"Será que as coisas estão bem?"
Mas já não é domingo à tarde
É segunda de manhã
Ela é a minha vida
E a vida sempre avança
Então recolho a energia
Como bola colorida
Entre as mãos de uma criança
E eu e Ela aí vamos,
De mãos dadas
Pela avenida da esperança