quarta-feira, novembro 09, 2005

"não se apaga como por magia"

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magia
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É verdade que os meus olhos

Não sabiam já focar

E que tristes e baços pairavam

Entre o horizonte e o mar

Eram olhos viajantes, ciganos

Que mais nenhuns outros olhos

Conseguiam fixar

Olhos fartos de olhar

Mas que olhavam só para dentro

Fugidios e pouco humanos

Egoístas, incapazes de apreciar

Nem giesta nem pinheiros

Nem sereia nem centauros

Um dia , esses olhos fugidios

Sempre em busca da saída

Cruzaram-se com olhos ónix

Que eram navio de partida

Esses eram vivos, penetrantes

Lançavam faíscas no escuro

Mudavam de cor nos instantes

Em que o presente é passado e futuro

Foi assim, desta maneira

Por acaso ou pela graça de Deus

Que se acendeu a fogueira

Quando os meus olhos cruzaram os teus

A fogueira continua em brasas

Não se apaga como por magia

Os olhos ganharam asas

Voam no mundo da fantasia

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