sexta-feira, fevereiro 17, 2006



O Amantes

Os amantes não desperdiçam beijos
Nada há mais íntimo do que um beijo
Não desperdiçam noites
Principalmente as que não são de dormir
Conhecem o relógio dos cheiros,
Os da manhã e os da tardinha
Decoraram a carta dos gostos
O doce, o salgado, o básico e o ácido
O tempo pára quando conversam
E quando o silêncio desce

é como o pôr do Sol no mar
no fim de tarde de Verão
antes do farol acender:

calmante e apaziguador

Além disso
são siameses dos gestos:
Voltam-se sincronizados

ao mesmo tempo,
para o mesmo lado

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