domingo, janeiro 13, 2008




Em Ostende


O mar não é o nosso mar, porque o mar é o reflexo do céu e este também não é o nosso céu.
"Quando o navio larga do cais e se repara que, de repente, se abriu um espaço entre o cais e o navio, vem-me, não sei porquê, uma angústia recente, uma névoa de sentimentos de tristeza" (Álvaro de Campos, Ode Marítima) .

2 comentários:

Anônimo disse...

"No mar, no mar, no mar, no mar,
Eh! pôr no mar, ao vento, às vagas,
A minha vida!
Salgar de espuma arremessada pelos ventos
Meu paladar das grandes viagens.
Fustigar de água chicoteante as carnes da minha aventura,
Repassar de frios oceânicos os ossos da minha existência,
Flagelar, cortar, engelhar de ventos, de espumas, de sóis,
Meu ser ciclônico e atlântico,
Meus nervos postos como enxárcias,
Lira nas mãos dos ventos! "

Ode maritima

Edilson Pantoja disse...

Todo espaço entre coias e seres que se querem perto gera angústia. Com o navio e o cais também, portanto. Pior a nós se vemos não o espaço da separação, mas o vazio da presença ausente, como o céu e o mar, outros.