segunda-feira, novembro 21, 2005




Canção do tempo suspenso

Lentamente, quase sem dares por isso
O vento acalma, o mar serena
As ondas antes alterosas morrem devagar
O farol não é um foco é uma luz
O relógio pára

O ar fica leve, quase podes levitar
A areia não cai, desafia a gravidade
Escutas todos os ruídos distantes
Gaivotas, carros, o cão a ladrar
Mesmo os passos do homem que vai a passar
Ouves o bater do teu coração

Sentes o pulsar do sangue nas veias
Reparas na vida em cada uma das células
O silêncio não mete medo, até é uma coisa agradável
Mas a palavra também sai fácil e o irrisório ganha sentido
É assim o tempo suspenso
Quando o teu verbo gera o meu verbo
Uma vela ilumina os teus olhos
E os teus olhos iluminam os meus

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