Quando o rosto fica turvo Quando o rosto fica turvo pela náusea da velhicee o espírito colhe linha directa para a infância,a gaiola possível é a amoreira frondosa do jardim perto de casa onde os pássaros se recolhem nas tardes quentes de verãoe donde fogem na frescura matinal, chilreandoa velha canção da permanência entre os vivos
Um comentário:
O tempo deixa marcas. O tempo não pára. O tempo é aquela coisa chata que não se controla. O tempo é mau. O tempo não se agarra. O tempo não merece ser elogiado.
Não sei como gritar a revolta que tenho do tempo não voltar para trás. Ou não poder andar para trás e para a frente, como um carrinho de brinquedo, a nosso gosto e bem querer.
Porque há sempre dias bons pela frente, mas outros tão bons para trás, que se apagam numa memória velha e fraca, desleixada e preguiçosa de lembrar. E ficam pelo caminho as frases, o conhecer, o entender sem ter de dizer, fica tudo isso, e tudo só porque o tempo passa, porque as coisas muidam, porque ficamos mais velhos (ou às vezes mais novos) e porque compreender as pessoas não se desenha só em silêncios.
Um abraço e veja lá se publica o blog e os desenhos. :)
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